Страница Dominique Dracul

A torre de vigia estava vazia. Shyvana conhecia o guarda, um sujeito sisudo com uma barba grisalha chamado Thomme, e sabia que era mais fácil ele decepar a própria mão do que abandonar seu posto. Ela sentira cheiro de sangue enquanto patrulhava as montanhas do norte de Demacia e seguiu seu rastro até a torre. Lá dentro, o cheiro ficou ainda mais forte, embora não se visse nenhuma mancha de sangue. Como soldado de Demacia, e para esconder sua verdadeira natureza, Shyvana mantinha sua forma humanoide na maior parte do tempo, mas seus instintos de dragão permaneciam intactos. Ela mordeu a língua para disfarçar seu crescente apetite por aquele cheiro. Ela subiu até o topo da torre, de onde poderia vislumbrar melhor os arredores, e olhou para as árvores espessas e emaranhadas com algumas folhas irrequietas perto dos limites de uma clareira. Shyvana saltou da janela da torre e caiu em pé, cinco andares abaixo. Ela detectou um traço de sangue no vento e avançou floresta adentro, desviando dos galhos enquanto tentava identificar de onde vinha o cheiro. Em um canto da clareira, um grande felino, com pelo dourado, se esbaldava no corpo dilacerado de Thomme. Sobre os ombros da criatura era possível ver asas emplumadas, e sua sinuosa cauda se contorcia como se não estivesse uma mente própria. O cheiro de sangue fresco era intoxicante, mas Shyvana forçou-se a manter o foco na caçada. Ela tinha se unido a Demacia para ser parte de algo maior, e não para se render aos seus desejos animalescos. Ela se aproximou lentamente da fera e sentiu o fogo de dragão esquentar suas mãos ao se preparar para atacar. No entanto, antes que Shyvana pudesse atacar, a criatura soltou sua presa. Seu rosto era enrugado e sem pelos, como um homem velho. O rosto sorriu para Shyvana por entre as presas sujas de sangue. "É todo seu", disse. Shyvana ouvira histórias sobre a ferocidade do vellox, seu apetite por carne humana e sua agilidade. Ainda assim, nada a tinha preparado para o rosto estranhamente humano da criatura. Seus olhos a encararam fixamente e, em seguida, ele escapuliu pelos arbustos e desapareceu. Com o coração acelerado, Shyvana correu para tentar pegar e matar a fera. O pelo do vellox se confundia com a luz do sol, camuflando seu corpo enquanto ele saltava sobre espinheiras caídas e rios caudalosos. Todavia, o sangue em seu hálito não podia ser disfarçado, e Shyvana seguiu o seu cheiro. Uma pedra caída bloqueava a passagem. As garras do vellox arranharam a pedra quando ele saltou e desapareceu por trás dela. Shyvana fincou os pés no alto do rochedo para frear. A rocha marcava o início de um largo desfiladeiro, que dava em uma queda profunda. Do outro lado do vazio, a floresta continuava indefinidamente, e o vellox já estava embrenhado na mata. Shyvana suspirou. Só havia uma forma de atravessar o desfiladeiro, e ela não queria ter que usá-la. Ela se assegurou de que ninguém a observava, encheu os pulmões o máximo possível e sentiu o ar esquentar dentro do peito. Mesmo do outro lado do desfiladeiro, ela ainda podia sentir o cheiro de Thomme nas presas do vellox. Ela assumiu a fome que sentia e isso ativou o fogo que corria sob a sua pele. Com uma baforada de chamas contínuas, Shyvana assumiu sua enorme forma de dragão e soltou um rugido. O desfiladeiro estremeceu ao ecoar seu poderoso clamor. Ela abriu suas asas espessas e aveludadas e atravessou o desfiladeiro, adentrando a floresta. Não seria mais preciso desviar das árvores. Em vez disso, ela esbarrava nos galhos, derrubando tudo que houvesse pela frente. Ela se inclinou sobre suas asas, e a floresta virou um redemoinho borrado de marrom e verde. Ursos, alces e outras criaturas da selva se

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